terça-feira, junho 10

A Criada de D. Loba



Conta a lenda, que há muitos anos atrás, viveu em Linhares, uma senhora muito bondosa chamada D. Loba.
D. Loba era rica e vivia só, ou seja, vivia normalmente com uma criada. Deixava-as andar à vontade e elas começavam a abusar e tinha de as despedir.
Um dia uma rapariguita bateu-lhe à porta e disse que precisava de emprego.
D. Loba ficou cheia de alegria e empregou-a.
Passados alguns dias D. Loba começou a ficar muito doente e mandou a criada chamar um padre para se confessar.
Santo António, como já velava pela Senhora, bateu à porta de sua casa, mesmo na hora em que a criada ia chamar um padre.
Ela pediu-lhe para confessar D. Loba, mas ele respondeu que a empregada tinha de se ir embora.
D. Loba não queria, pois gostava muito dela.
Então, Santo António mandou espalhar cinza no chão e mandou a empregada passar por cima.
Ela não queria, mas ele olhou-a nos olhos e ela passou.
Foi enorme a admiração de D. Loba quando, em vez de ver as pegadas dos sapatos viu a forma do pé de cabra do Diabo.
-T’arrenego, dianho! – gritou D. Loba, persignando-se
Ouviu-se um estrondo no quintal ao pé de uma figueira, era a criada a desaparecer no ar, mas antes de desaparecer gritou “APRE” e esta palavra ficou gravada numa pedra da calçada.
Ainda hoje, em Linhares, na casa que dizem ter sido de D. Loba, há um nicho com a imagem de Santo António, em agradecimento por este milagre.


Pedro Lages

Pólo de Fontelonga

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